É fantástico ver o Arsenal num sábado ao inicio da tarde, o nosso fim-de-semana fica mais alegre, cura qualquer tristeza que venha da semana ou que seja originada pelo fim-de-semana.
Os “Gunners” marcaram e continuam a marcar uma época de mudança no futebol mundial, um futebol que criou escola no resto da Europa, com um meio-campo extremamente forte, com uma grande capacidade de recuperação de bola e de dinâmico com ela. Um futebol que passa pela certeza de passe e pelos passes certos, devido ao conhecimento que todos os jogadores têm entre si, de si e dos outros, fazendo a bola circular, praticamente, sem nunca se tornar monótono o seu jogo, por todos os jogadores da equipa.
Uma equipa, geralmente, constituída pelo guarda-redes Lehmann, pelos defesas Lauren, Ashley Cole, Sol Campbell e Kolo Toure, pelos médios Patrick Vieira, Gilberto Silva, Robert Pires, Fredrik Ljungberg, pelos avançados Dennis Bergkamp, Thierry Henry; bem sei que este onze é muito relativo, depende da opinião pessoal de cada um, devido à grande qualidade e polivalência do plantel, visto que faltam nomes como Francesc Fabregas, José Reyes, Robin van Persie, Edu, Jermaine Pennant, Pascal Cygan, entre outros.
Falta só uma conquista ao nível continental para firmar o valor desta equipa. É estranho uma equipa com tanta qualidade individual, colectiva e exibicional “falhar” à tantos anos a conquista da Liga dos Campeões, visto que no campeonato (no plano interno) é outra história, onde já o lideranda com 25 pontos, cinco à frente de Chelsea seu mais directo adversário, tendo actualmente o melhor ataque (com 29 golos), a quarta melhor defesa (com 8 golos) e ocupa os três maiores lugares da lista de melhores marcadores (Henry, Reyes e Pires).
http://www.4thegame.com/club/afc/squad/
Em 1886 nascia em Londres...
São poucos os clubes que podem afirmar que contribuíram para o futebol como o Arsenal. Á entrada do seu velhinho estádio (Highbury) existe uma frase que reflecte toda a sua importância: “Welcome to Highbury - the Home of Football”. Apesar de não ter um historial como os seus rivais (Liverpool e Manchester Utd.), foi responsável por uma das maiores mudanças tácticas da história, nos anos 30, com uma fantástica equipa constituída por Cliff Bastin e Alex James, o treinador Herbert Chapman criou o famoso “WM” (3-2-2-3), libertando o futebol do primitivo 2-3-5, que permitiu conquistar 5 dos seus 13 títulos do campeonato nacional (31,33,34,35 e 38) e 2 das suas 9 taças de Inglaterra (30 e 36). Por azar seu, as competições europeias só se realizariam nos finais dos anos 50 (1956), quando os “Gunners” já viviam longe dos títulos, mesmo assim a equipa de 30 era respeitada e lembrada, na Europa continental, como uma forma de jogar bom futebol. Só em 1970, quando o futebol inglês “mandava” na Europa, conseguiu o seu primeiro título europeu, a Taça das Cidades com Feira (que mais tarde tornar-se-ia Taça UEFA) frente ao Anderlecht (na Bélgica perdeu por 3-1 e na Inglaterra ganhou por 3-0), conseguindo ai entrar na elite do futebol europeu, fugindo da sombra de Manchester e Liverpool, sobre o comando de Bertie Mee. Só nas décadas de 80 e 90 que o Arsenal voltaria a ser uma referência no futebol inglês e europeu, sobre o comando de George Graham e mais tarde de Arsene Wenger, em 1980 perdem na final da Taça das Taças frente ao Valência pela marcação de grandes penalidades e em 89 tem uma das mais fantásticas conquistas da sua história vencendo o Liverpool na última jornada e o campeonato inglês, competição que já não vencia há quase 20 anos, marcando no ultimo minuto Michael Thomas o 2-0 quando os adeptos do Liverpool já gritavam “Campeões!”. Em 1994 seria o ano do ultimo troféu de George Graham ao serviço do Arsenal, Taça das Taças, frente ao Parma ganhando por 1-0, sairia em 1995, rodeado de grande polémica (devido a uma acusação, provada, de fraude na transferências de jogadores), apesar de ainda ser inesquecível, pela “porta pequena”. Voltaria a chegar à final da Taça das Taças (1995), o Arsenal, sobre o comando de Stewart Houston, mas perderiam frente ao Real Saragoça, orientado por Víctor Fernandez. Três Campeonatos (1998, 2002, 2004); três Taça Inglaterra (1998, 2002, 2003); cinco Supertaças (1998, 1999, 2002, 2003, 2004) - o conjunto de troféus que venceria com Wenger.
-
Historial:
Taça UEFA – 1970; finalista vencido em 2000
Taça das Taças – 1994; finalista vencido em 1980, 1995
Supertaça Europeia – 1994
Primeira Liga Inglesa – 1931, 1933, 1934, 1935, 1938, 1948, 1953, 1971, 1989, 1991, 1998, 2002, 2004
Taça de Inglaterra – 1930, 1936, 1950, 1971, 1979, 1993, 1998, 2002, 2003; finalista vencido em 1927, 1932, 1952, 1972, 1978, 1980, 2001
Taça da Liga – 1987, 1993; finalista vencido em 1968, 1969, 1988
Supertaças Inglesa – 1930, 1931, 1933, 1934, 1938, 1948, 1953, 1991, 1998, 1999, 2002, 2003, 2004; finalista vencido em 1935, 1936, 1979, 1989, 1993
-
Ársene Wenger criador dum estilo único
Em 1996 assinava, como “manager”, pelo Arsenal, um francês alto e magro vindo do Japão, pouco conhecido pelo futebol inglês, mas rapidamente conseguiria o respeito e a confiança dos adeptos dos “Gunners”.
Nasceu na cidade francesa de Estrasburgo, começou a sua carreira de futebol, enquanto jogador, na 3ª divisão francesa no Mulhouse, assinando mais tarde (em 1978), pelo Strasbourg o seu primeiro contrato profissional sendo em 1979 campeão francês, mas jogando apenas 3 jogos essa época. Não seria como jogador que iria se tornar conhecido para o publico europeu.
Em 1981 tirava o “curso de treinadores” em Paris, nesse mesmo ano tornava-se treinador dos juniores do Strasbourg, mas foi pelo Mónaco que ganhou os primeiros títulos enquanto treinador, campeão francês e vencedor da taça em 1988 e 1991, respectivamente.
- O resto já é conhecido - ;)