quinta-feira, agosto 10, 2006

Inesperada saída de Adriaanse.


Antes de ser para o FC Porto, foi um grande perda para o futebol português, a sua personalidade e ideias de jogos seriam importantes para Portugal, seriam importantes para manter durante mais alguns tempos. O permanente choque e a frontalidade de Adriaanse marcaram o futebol português nesta época, será difícil mudar consciências no pouco tempo que teve, com muito pena mas, como amostra foi agradável. Outra coisa que fará falta será a instalação da consciência do 3-4-3 (vai muito para além do um habitual sistema com 3 defesas) e da crença num futebol ofensivo, numa liga onde empatar ou perder por poucos são os objectivos de algumas das suas equipas (treinadores, dirigentes e jogadores) mais pequenas.


Em contrapartida, estas situações (e não me estou a contradizer) tiveram pontos negativos, a excessiva frontalidade ou como quiserem chamar, neste sentido, provocou algumas declarações infelizes em Co Adriaanse (que não acabaram num fim, trágico, mais cedo devido ao blackout instalado pela SAD portista). Em muitas dessas declarações o holandês esqueceu-se que era o líder de um grupo de trabalho e que dele partiam todas as decisões sobre o plantel e que, por isso, podia conceder alguma da sua opinião e liberdade de se expressar para o bem do grupo, porque ao fim ao cabo as suas decisões iriam reflectir isso e que não era necessário falar das suas avaliações pessoais e nem das suas frustrações em relação à equipa. Concordo com quem diz que o 3-4-3 pode torna-se a melhor sistema, se quem o usar souber usá-lo correctamente e de facto era algo que podia acontecer no Porto - mas também, muitas das vezes, não se compreendia a inclusão de Bosingwa em detrimento de Ricardo Costa ou até de Marek Cech, será a velocidade a única explicação? Mas não é verdade que o jogador, muitas das vezes, tinha dificuldade em defender - naquela posição - e dar continuidade a lances ofensivos?!


Quanto à mudança de treinador - não concordo com os jornais - não acho que o sistema implantado por Adriaanse seja de difícil mobilidade para outro sistema mais tradicional - 4-3-3 ou 4-4-2. A maior dificuldade do próximo treinador partirá daí - mas não dos sistemas - passo a explicar: Se o treinador optar por uma formação mais tradicional terá que escolher em deixar um meio-campo com 4 jogadores ou o ataque com 3 - em deixar Meireles ou Lucho no banco ou deixar Quaresma (não me parece que se adapte tão bem a um sistema com dois avançados). O próximo treinador terá que ter consciência da qualidade de grande parte dos jogadores e da sua juventude, terá que ser um treinador que se adapte bem a este perfil, a minha preferência recai em dois portugueses e um estrangeiro - Carlos Queiroz, Jesualdo Ferreira e Sven-Goran Eriksson (mais pela disponibilidade e qualidade, do que tanto pelo conhecimento dos jogadores do Porto) - e não esquecendo das possibilidades de Manuel Machado, Camacho e Vítor Pontes treinadores de grande qualidade e bastante namorados para os lados do Dragão e há também as pratas da casa Domingos, Aloísio, Jorge Costa (que não sei se tem formação adequada), Vítor Baía e Rui Barros.