Vice: Checoslováquia
Melhor marcador: Conen, Alemanha; Schiavio, Itália; Nejedly, Hungria, 4 golos
Golos: 70 (4,12 por jogo)
Assistência: 395.000 (23.235,29 por jogo)
O segundo Campeonato do Mundo seria realizado na Itália, perante um Mussolini no auge do seu poder. Pela primeira vez o número de países inscritos (32) ultrapassou as vagas disponíveis (16) para a competição mundial, com isso foi necessário, estrear-se, o período de qualificação, onde participou Portugal. A primeira participação lusa num jogo de apuramento para o Mundial foi no mínimo desastrosa, já sem os seus principais elementos olímpicos de 1928, entre os quais Pepe - que faleceu em 1931 - e o seleccionador Cândido Oliveira - nunca bem visto entre as altas esferas do regime -, perdendo por 9-0 (e 2-1 uma semana mais tarde), em Madrid, frente à fortíssima Espanha de Zamora.
Cedo se percebeu, que este Mundial seria o confronto entre duas escolas, a latina, com a Itália e Espanha e a centro-europeia, representada pela Áustria, Hungria e Checoslováquia, muito devido às ausências do Uruguai e da Inglaterra, o primeiro em boicote pela ausência da maior parte das equipas europeus do seu Mundial, entre elas a Itália, o segundo pela não adesão ao movimento FIFA e pela eliminação, logo, nos oitavos do Brasil, que viu-se arredado dos seus principais jogadores devido a um diferendo entre a Confederação Brasileira de Desportos e a Confederação Brasileira de Futebol, e da Argentina, que também não levaria os seus melhores jogadores em protesto com as entidades italianas.
Cartaz oficial do Itália 1934
A prova desembolar-se-ia no modo de eliminatórias e demonstraria que a Itália teria que vencer, a qualquer custo, quer fosse licito ou ilicitamente - até era provável que nem necessitasse, tal era o valor de Meazza e companhia -, perante os olhos do Duce que tudo faria para mostrar a supremacia do fascismo e do italiano: indo até contra a própria doutrina que criou, com a inclusão na squadra-azzura dos argentinos Raimundo Orsi, Attilio Demaria, Enrico Guaita e Luisito Monti e o brasileiro Anfilogino Guarisi, mudando a leis da naturalização - Lei dos Repatriados - facilitando implantação dos oriundi; e criando um clima que favorecia as arbitragens pouco isentas.
Os oitavos de final, a primeira eliminatória da competição, ficariam marcados pela eliminação de todas as equipas de fora do continente europeu, os Estados Unidos perderiam com a Itália por 7-1, a Espanha eliminaria o Brasil por 3-1, o golo de honra seria marcado pelo Diamante Negro - Leonidas -, os argentinos seriam eliminados pela Suécia (3-2) após estarem a ganhar 2-1, já na segunda-parte e o único representante do continente africano, o Egipto, seria eliminado em Nápoles pela Hungria. Os outros resultados apurariam a Checoslováquia, Alemanha, Suiça e a Áustria.
Nos quartos de final, a Itália necessitaria de dois jogos para eliminar a Espanha, nestes jogos defrontar-se-iam duas das melhores equipas do torneio a Espanha tinha o mítico guarda-redes Zamora e o defesa Quincoces. A exibição de Zamora foi fantástica, digna de um herói, só não conseguiu evitar o golo da Itália a um minuto do intervalo por Monti - nada podia fazer, depois de sofrer falta -, mas durante maior parte dos 120 minutos, el Divino, defendeu os perigosos remates italianos levando a partida para segundo jogo. O segundo jogo seria no dia seguinte, faziam-se notar algumas ausências nos onzes de cada equipa quatro do lado italiano e sete do lado espanhol, entre eles el Divino, que estava esgotado, depois de ter feito uma das maiores exibições ao serviço da Espanha. A arbitragem do suíço, Rene Mercet, seria tão ruinosa para o futebol e para o Campeonato do Mundo que levaria à sua irradiação, este segundo jogo ficaria marcado pelo o único golo do jogo, pelo Peppino Guiseppe Meazza e pelos dois golos anulados à Espanha.
Os oitavos de final, a primeira eliminatória da competição, ficariam marcados pela eliminação de todas as equipas de fora do continente europeu, os Estados Unidos perderiam com a Itália por 7-1, a Espanha eliminaria o Brasil por 3-1, o golo de honra seria marcado pelo Diamante Negro - Leonidas -, os argentinos seriam eliminados pela Suécia (3-2) após estarem a ganhar 2-1, já na segunda-parte e o único representante do continente africano, o Egipto, seria eliminado em Nápoles pela Hungria. Os outros resultados apurariam a Checoslováquia, Alemanha, Suiça e a Áustria.
Nos quartos de final, a Itália necessitaria de dois jogos para eliminar a Espanha, nestes jogos defrontar-se-iam duas das melhores equipas do torneio a Espanha tinha o mítico guarda-redes Zamora e o defesa Quincoces. A exibição de Zamora foi fantástica, digna de um herói, só não conseguiu evitar o golo da Itália a um minuto do intervalo por Monti - nada podia fazer, depois de sofrer falta -, mas durante maior parte dos 120 minutos, el Divino, defendeu os perigosos remates italianos levando a partida para segundo jogo. O segundo jogo seria no dia seguinte, faziam-se notar algumas ausências nos onzes de cada equipa quatro do lado italiano e sete do lado espanhol, entre eles el Divino, que estava esgotado, depois de ter feito uma das maiores exibições ao serviço da Espanha. A arbitragem do suíço, Rene Mercet, seria tão ruinosa para o futebol e para o Campeonato do Mundo que levaria à sua irradiação, este segundo jogo ficaria marcado pelo o único golo do jogo, pelo Peppino Guiseppe Meazza e pelos dois golos anulados à Espanha.
Tinha de tão bom treinador como de polémico, sendo uma das bases da contrução do futebol italiano. Vittorio Pozzo, Il Vecchio Maestro. Depois do jogo com a Espanha, Pozzo, fazendo a propaganda mussiliana:
«A partida mais difícil de todas foi contra a Espanha, que pode ser considerada como a inicial, já que o jogo contra os EUA não podia ser visto como um teste preparatório.
A equipa que a Espanha enviou para o Campeonato do Mundo era formidável: técnico, aguerrido, com velocidade latina e ardor ibérico.
Precisamos de 210 minutos de jogo para vencer. Nenhuma outra equipa nos exigiu tanto.
Com tal valor se comportaram os espanhóis naquelas duas partidas em Florença, que foram necessários homens de têmpera especial para batê-los, homens fortes e confiantes como só o fascismo pode criar.»
«A partida mais difícil de todas foi contra a Espanha, que pode ser considerada como a inicial, já que o jogo contra os EUA não podia ser visto como um teste preparatório.
A equipa que a Espanha enviou para o Campeonato do Mundo era formidável: técnico, aguerrido, com velocidade latina e ardor ibérico.
Precisamos de 210 minutos de jogo para vencer. Nenhuma outra equipa nos exigiu tanto.
Com tal valor se comportaram os espanhóis naquelas duas partidas em Florença, que foram necessários homens de têmpera especial para batê-los, homens fortes e confiantes como só o fascismo pode criar.»
A Áustria era a equipa prodigiosa, maravilhosa, a Wunderteam onde pontificavam jogadores como os guarda-redes Rudolf Hiden, o defesa Karl Sesta, os médios Pepi Bican e Karl Kischek e os avançados Rudi Viertl, Hans Horvath e Matthias Sindelar, o Homem de Papel. Para o jogo das meias-finais frente aos italianos, além da ausência de Rudolf Hiden, fazia-se notar a falta do avançado dinâmico Horvath, mesmo assim a selecção austríaca continuava forte com Smistik, Wagner e Urbanek, apesar de um campo - enlameado - totalmente adverso ao seu futebol técnico.
Uma imagem ilustrada de Hugo Meisl, com o seu chapéu de coco. Ele foi o pai da Wunderteam, responsável pelos grandes frutos do futebol centro-europeu que mais tarde atingiria o seu auge com os magos da Hungria. Diria já nos anos 30:
«Os onze jogadores devem estar em permanente movimento para impedir o adversário de adivinhar as suas intenções. Mesmo um médio, se tiver oportunidade, deve avançar no terreno e surgir, de surpresa, na área adversária, mas, nesse mesmo instante, um seu colega deve imediatamente ocupar o seu posto em campo, subitamente vazio pelo seu adiantamento no ataque. O meu sistema, em suma, é não ter nenhum sistema. Inteligência, velocidade e surpresa são os factores de sucesso.»
«Os onze jogadores devem estar em permanente movimento para impedir o adversário de adivinhar as suas intenções. Mesmo um médio, se tiver oportunidade, deve avançar no terreno e surgir, de surpresa, na área adversária, mas, nesse mesmo instante, um seu colega deve imediatamente ocupar o seu posto em campo, subitamente vazio pelo seu adiantamento no ataque. O meu sistema, em suma, é não ter nenhum sistema. Inteligência, velocidade e surpresa são os factores de sucesso.»
Era um jogo de grandes confrontos, entre dois mestres do futebol mundial - Vittorio Pozzo e Hugo Meisl - e entre dois jogadores que decidiram ter caminhos diferentes - Allemandi, que para continuar o seu desporto sujeitou-se ao fascismo, e Sindelar, que preferiu lutar e que mais tarde, segundo a lenda, preferiu morrer em vez de fazer parte da propaganda nazi. Quanto ao jogo seria marcado outra vez por um único golo, por Guaita, que estaria, em completo, fora-de-jogo, mas o árbitro sueco Ivan Eklind, que passou a ser frequentador da casa do Duce durante o Mundial, decidiu nada fazer.
Guiseppe Meazza, no segundo jogo frente à Espanha - em fazia o 4 jogo da semana - onde se sentiu mal mas, felizmente para os italianos recuperou para ajudar a equipa a vencer os espanhóis. Com simplesmente 1,69 m e 73 Kg foi o cérebro da selecção italiana e para muitos o melhor jogador do torneio.
O jogo do terceiro e quarto lugar, entre a Alemanha e a Áustria, seria um dos mais importantes jogos para esta decisão, ia para além da medalha de bronze. Este jogo marcava os períodos antes de Anschluss, que ocorreriam em 1938. Hugo Meisl apresentaria a sua equipa num 2-3-2-3, num Mundial onde se adoptava o WM, com Platzer; Cisar, Sesta; Wagner, Smistik, Urbanek; Zischek, Bican; Sindelar, Horvath e Viertl contra uma Alemanha que apostava nos seus jogadores do Breslau-Elf. A Áustria só conseguiria reduzir para 3-2, aos 54 minutos por Karl Sesta. Anos mais tarde alguns destes jogadores formariam uma selecção nacional.
A Itália, que chegou a esta final com muita dificuldade, apresentava o seu método, o WW, defendido por Pozzo, com Combi; Monzeglio, Allemandi; Ferraris, Monti, Bertolini; Meazza, Ferrari; Guaita, Schiavio e Orsi. Na verdade Vittorio, não era um grande sabedor táctico, como era ao nível da psicologia - obrigava os seus jogadores a longas corridas a assobiarem Il Piave -, não percebia muito bem como aproveitar o jogo no sistema WM. A defesa era constituída por Monzeglio, dono de uma refinada técnica e por Allemandi - suspenso por suborno, era de tal forma excelente jogador, que no jogo em que foi acusado dessa pratica foi até um dos melhores jogadores em campo e que regressou a pedido do Duce - era dono de uma grande agilidade e resistência, que lhe davam mobilidade que o tornou num dos percursores dos laterais modernos; no meio Monti, era um lutador, possuidor de um duro tackle, mas tecnicamente bem dotado e Meazza, inicialmente avançado foi recuando tornando-se num regista, inteligente no seu jogo, Il Peppino, tinha um dribbling apurado, fisicamente forte e com um excelente remate, tornando-se para muitos o primeiro grande nº10; no ataque Orsi, canhoto, com um grande talento e com uma enorme capacidade de finta e Schiavio autor de um remate fortíssimo com ambos os pés.
Toda gente em Itália esperava, nada menos do que, a vitória. A 15 minutos do fim, o checoslovaco, Tuc coloca a sua selecção à frente, dando ao marcador o resultado de 0-1, gelando o público italiano presente. No entanto os jogadores italianos conseguem dar a volta ao resultado, passados 5 minutos, Orsi recebendo uma bola de Guaita e fintando um checo com o esquerdo e rematando com o direito, fez o 1-1 e já no prolongamento passado 5 minutos do seu inicio Schiavio faz o 2-1, a passe de Meazza.
Acabava o Mundial, dando um mau exemplo ao mundo de como devia de ser praticado o futebol, muito devido à falta de senso desportivo que regeu esta competição mas, em contrapartida, foi um sucesso económico e, infelizmente, serviu de propaganda para um regime fascista que procurava cada vez mais apoiantes.
A Itália, que chegou a esta final com muita dificuldade, apresentava o seu método, o WW, defendido por Pozzo, com Combi; Monzeglio, Allemandi; Ferraris, Monti, Bertolini; Meazza, Ferrari; Guaita, Schiavio e Orsi. Na verdade Vittorio, não era um grande sabedor táctico, como era ao nível da psicologia - obrigava os seus jogadores a longas corridas a assobiarem Il Piave -, não percebia muito bem como aproveitar o jogo no sistema WM. A defesa era constituída por Monzeglio, dono de uma refinada técnica e por Allemandi - suspenso por suborno, era de tal forma excelente jogador, que no jogo em que foi acusado dessa pratica foi até um dos melhores jogadores em campo e que regressou a pedido do Duce - era dono de uma grande agilidade e resistência, que lhe davam mobilidade que o tornou num dos percursores dos laterais modernos; no meio Monti, era um lutador, possuidor de um duro tackle, mas tecnicamente bem dotado e Meazza, inicialmente avançado foi recuando tornando-se num regista, inteligente no seu jogo, Il Peppino, tinha um dribbling apurado, fisicamente forte e com um excelente remate, tornando-se para muitos o primeiro grande nº10; no ataque Orsi, canhoto, com um grande talento e com uma enorme capacidade de finta e Schiavio autor de um remate fortíssimo com ambos os pés.
Toda gente em Itália esperava, nada menos do que, a vitória. A 15 minutos do fim, o checoslovaco, Tuc coloca a sua selecção à frente, dando ao marcador o resultado de 0-1, gelando o público italiano presente. No entanto os jogadores italianos conseguem dar a volta ao resultado, passados 5 minutos, Orsi recebendo uma bola de Guaita e fintando um checo com o esquerdo e rematando com o direito, fez o 1-1 e já no prolongamento passado 5 minutos do seu inicio Schiavio faz o 2-1, a passe de Meazza.
Acabava o Mundial, dando um mau exemplo ao mundo de como devia de ser praticado o futebol, muito devido à falta de senso desportivo que regeu esta competição mas, em contrapartida, foi um sucesso económico e, infelizmente, serviu de propaganda para um regime fascista que procurava cada vez mais apoiantes.
Festejos italianos após o 2-1 frente à Checoslováquia com Vittorio Pozzo a ombros.
Primeira Eliminatória
Fase Final
Ficha da Final:
http://fifaworldcup.yahoo.com/06/pt/w/pwc/mr_1134.html
Dream Team
Pontos curiosos:
Fase Final
Ficha da Final:
http://fifaworldcup.yahoo.com/06/pt/w/pwc/mr_1134.html
Dream Team
Pontos curiosos:
- Pela primeira vez o número de países inscritos ultrapassou o de vagas disponível, o que levou pela primeira vez a uma fase de qualificação
- O Egipto, que participou neste Mundial, tornou-se assim, a primeira equipa africana num Campeonato do Mundo, algo que teríamos que esperar por 1970 para voltar a ver, com Marrocos
- O cartaz do Mundial de acordo com os fascistas era para ser outro, um jogador a fazer a saudação fascista, mas a pedido da FIFA foram obrigados a escolher outra figura, como se pode ver, bem mais neutral
- Ainda dentro do cartaz, no lado esquerdo em vez do ano "1934" está escrito "XII" que eram o número de anos que Mussolini já estava no poder em Itália
- O Brasil voltou a não se apresentar com a melhor equipa. Desta vez foi devido a um diferendo entre a Confederação Brasileira de Desportos, responsável pelo futebol amador e pela selecção, e a Confederação Brasileira de Futebol, responsável pelo futebol profissional. Mesmo assim a CBD tentou aliciar alguns jogadores, levando ao Palestra Itália, actual Palmeiras, a esconder os seus jogadores...
- Leopold Kielholz, avançado checo, fez três golos durante o mundial. Os óculos que ele usou durante os dois primeiros jogos devem tê-lo ajudado
- René Mercet, árbitro suíço, após o jogo de desempate que opôs a Itália à Espanha, foi suspenso pela sua própria federação;
- Devido às costuras duras da bola, que feriam as testas dos jogadores, o avançado italiano Luigi Bertolini para mostrar uma das suas principais características decidiu jogar com um lenço branco amarrado à cabeça
- Edmund Conen, um dos melhores marcadores deste Mundial, fê-lo com 19 anos. Infelizmente, três anos mais tarde teve que abandonar o futebol devido a problemas cardíacos
- Anton Schall, jogador austríaco, foi o primeiro jogador a marcar um golo num prolongamento, essa felicidade aconteceu-lhe no jogo Áustria-França ao fazer o 3-2 final
- Anfilogino Guarisi, conhecido por Filó, foi o primeiro brasileiro a ser campeão Mundial
- Há quem diga que há momentos que só se conseguem uma vez na vida. Raimundo Orsi, pode comprová-lo! No dia seguinte ao fantástico golo na final que punha a Itália empatada e a caminho do prolongamento, Orsi tentou mais de 20 vezes, perante um batalhão de fotógrafos e jornalista, o mesmo movimento mas nunca o conseguiu repetir
- Filho de peixe sabe nadar. Dois futebolistas que estiveram no Itália’34, Martin Vantoira, pela Espanha e Roger Rio, pela França, viram a sua descendência continuada nos mundiais, neste caso o filho do primeiro, José Vantoira, esteve presente no México’70 pela equipa da casa e o do segundo, Patrice Rio, fez parte da equipa francesa que se deslocou à Argentina no Mundial de 78.